sexta-feira, maio 25, 2007

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O blog mantém a tradição, funcionando submarinamente. Nossas desculpas... Mas as coisas continuam rolando, como a maioria dos possíveis freqüentadores desta boca deve saber. Vale registrar mais uma apresentação do combo no Itaú Cultural, em 20 de abril. O show Poesia Dub - cujo disco está em fase de mixagem - trouxe um Celso Borges agulhadíssimo. Novos poemas, como "Paulicéia" e "A Saudade tem Seus Dias Contados" ganharam bases maneiras. Em ambas, largura e muito pé direito para o baixo gordo de Gerson da Conceição. Foi a estréia de Celso Costa, maranhense como CB e GC. Ou seja, três maranhenses e meio, porque eu não sou 100% de lá. : )
Outro registro é o show de Lee Perry, que mereceu texto na Rolling Stone. Lá vai!
Lee Perry ****
Via Funchal, São Paulo
17 de abril de 2007


Para assistir de joelhos

Lee “Scratch” Perry é figura emblemática do reggae. Começou cantando no início dos anos 60, na época do ska, trabalhou no célebre Studio One, de Clement Dodd, e depois formou uma banda com ninguém menos que os irmãos Carlton (bateria) e Aston “Family Man Barrett” (baixo), espinha dorsal dos Wailers nos anos 70. Aliás, foi Perry quem juntou os irmãos Barrett a Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Livingstone, e com eles criou algumas obras memoráveis. Em seu estúdio, o Black Ark, passaram outros grandes nomes da música jamaicana, como Max Romeo, The Congos, Junior Murvin, Junior Byles, The Gladiators, The Heptones e The Jolly Brothers, que até hoje agradecem pela graça recebida. Como se não bastasse, esse senhor de 71 anos e uma honrosa fama de maluco é venerado mundialmente como um dos pais do dub - aquele reggae essencialmente instrumental, com ecos, reverbs e outros efeitos psicodélicos, matéria-prima da música eletrônica moderna. Ora, vamos assistir a esse show de joelhos! O efeito do palco, enorme e escuro, sem qualquer cenografia, combinado ao frenesi das luzes coloridas, faziam do espetáculo algo banal, menor, aquém de sua verdadeira importância. O som estava alto demais, empastelando tudo. E o homem ali, a lenda viva em pessoa, como um Bispo do Rosário, vestindo chapéu de bruxo e sandálias humildes, tudo que fez foi grunhir algumas músicas em inglês incompreensível – seu lado cantor, diga-se, nem de longe é responsável por sua merecida fama. Caminhando lentamente pela frente do palco, mandou cerca de dez músicas, entre elas clássicos como “Jungle Safari”, “Secret Laboratory”, “Roast Fish and Cornbread” e “War in a Babylon”. E antes do segundo baseado, a platéia levou um susto: o show acabara. Sua majestade voltou apenas para entoar “One Drop”, de Bob Marley... então tchau! Pouco diante do conjunto da obra. Mas tudo bem: ele é o cara! Otávio Rodrigues